Perguntas sobre a vida

quantas perguntas sobre a vida estão sem repostas até na cabeça e nos corações ? Rute Kaizer tem um norte para muitas perguntas sem respostas.

Na vida, nem sempre encontramos respostas, porque não aprendemos a fazer as perguntas certas. “O essencial é que as perguntas estejam certas” afirma o escritor Mario Quintana.

Quantas vezes, após momentos de reflexão, nos sentimos mais perdidos ainda, porque não encontramos as respostas que buscávamos, sem sequer nos darmos conta de que nossas perguntas eram tão vagas e superficiais.

Jean Jacques Rousseau explica que “A arte de interrogar não é tão fácil como se pensa. É mais uma arte de mestres do que de discípulos; é preciso ter aprendido muitas coisas para saber perguntar o que não se sabe”.

Quais perguntas você costuma fazer a si mesmo?

As perguntas que fazemos a nós mesmos podem afetar a vida que levamos. Isso pode parecer uma tolice, para algumas pessoas, mas a verdade é que as nossas perguntas determinam as coisas nas quais nós nos concentramos. E isso pode nos levar a tomar certas decisões, ou a nos omitir diante de alguma situação. E tudo isso traz consequências.

Quanto mais vagas forem nossas perguntas, mais volúveis serão as respostas. Por outro lado, quando você faz perguntas objetivas, bem refletidas, obtém soluções, ideias e novas perspectivas, que o ajudam a sair de um estado negativo.

Algumas pessoas gostam de perguntar “Tem alguém mais azarado do que eu?” “Por que as coisas ruins sempre acontecem comigo? Perguntas negativas sempre nos levarão a respostas negativas. Por outro lado, perguntas como “Que lição eu posso aprender com essa experiência ruim?”, “O que posso fazer de diferente daqui para frente?” e “Por quais motivos eu sou grato?” – estas são perguntas que nos capacitam, que nos colocam em uma situação mais ativa do que passiva. Elas nos fazem pensar positivamente e nos colocam no caminho para uma vida melhor.

Se você normalmente não faz uma autorreflexão, pode ficar perplexo com essas perguntas. Isso é perfeitamente normal. Lembro que uma das minhas professoras pediu que cada um dos alunos fizesse um desenho que expressasse o que nós penávamos de nós mesmos, ou seja, como é que cada um se via. Aquela atividade me deixou perplexo e apreensiva no primeiro momento porque nunca tinha pensado muito sobre isso. Levei algum tempo para elaborar um desenho para me descrever. O resultado foi engraçado. Desenhei um a imensa boca com bracinho e perninhas finas. Quando a professora pediu que eu explicasse, falei que eu não tinha uma boca, mas era uma boca que me tinha. Eu sei que sempre falei muito, e isso me colocou em apuros várias vezes. Mas não é apenas isso. Não é apenas querer falar. Renato Russo cantou que há quem “fala demais por não ter nada a dizer”. Esse nunca foi meu caso: Eu sempre tive muito a dizer, só não tinha maturidade para me expressar da melhor forma e tornar a minha fala clara, objetiva, produtiva. De qualquer forma, aquele momento em sala de aula foi um dos primeiros passos em uma jornada de auto exploração. Gosto muito do processo de introspecção. Aprecio muito momentos de autorreflexão.

Hoje, acredito que as perguntas são fundamentais para o nosso crescimento pessoal. Algumas perguntas têm o poder de remover bloqueios internos e revelar o nosso interior. Algumas perguntas fogem da aparência e adentram a nossa essência.

Algumas perguntas chocam. Nos deixam intimidados. Mas as respostas estão dentro de cada um de nós. Vamos limpar nossas mentes, relaxar e fazer essas perguntas a nós mesmos. As respostas virão!

Nós não precisamos responder todas as perguntas imediatamente. Elas devem ser refletidas ao longo do tempo como parte de nossa jornada de crescimento pessoal. Quem sabe você já tenha respostas a algumas dessas perguntas! Preparado? Então, ouça com atenção:

  • Quem é você? - Como você descreveria a si mesmo?
  • Quais coisas despertam o seu interesse?
  • De quais conquistas passadas você mais se orgulha?
  • Que razões você tem para agradecer?
  • Quais são as coisas mais importantes na sua vida?
  • Quais são seus valores? Você se ama realmente?
  • Se você não se ama, o que falta para que você tenha amor próprio?
  • O que você mudaria em si mesmo?Como você pode ser mais parecido com o seu eu ideal?
  • Você se sente feliz com a vida que tem?O que traz felicidade pra você?
  • Se você tivesse pouco tempo de vida para viver, o que faria?
  • Se você pudesse voltar um ano atrás, o que você faria?
  • Se você pudesse dar um salto para o futuro, o que você faria?
  • Se você soubesse que o mundo iria acabar amanhã, o que faria
  • Quais são as lições mais valiosas que você aprendeu na vida até hoje?
  • Se uma criança te pedir conselhos, que conselhos você daria?
  • O que o seu eu-criança diria ao seu eu-atual?

Não há respostas prontas. A vida é uma jornada contínua. Suas respostas de hoje podem ser diferentes das respostas que daria dentro de três ou cinco anos.

William Blake adverte que “O homem que nunca altera suas opiniões é como água parada e gera répteis na mente”. Seja quem você é e diga o que você sente.

Na visão de William James, “A maior revolução da nossa geração é a descoberta de que os seres humanos, ao mudarem as atitudes interiores das suas mentes, podem mudar os aspectos exteriores das suas vidas” são as palavras”.

Não vamos ter medo de fazer perguntas a nós mesmos. Nós aprendemos mais quando fazemos perguntas. Nós nos tornamos mais abertos e confiantes. As respostas vão se tornando cada vez mais sinceras e úteis. As respostas aumentam nossas chances de viver novas experiências com mais sabedoria. As respostas vão apontando um caminho mais feliz para trilharmos.


CRÉDITO: Rute Kaizer - Mestre em Educação

Abril de 2024

 

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